Rimas, falsetes e falseados e palavras que se confundem, se afastam e se juntam numa estrofe ou estribilho de um par de coisas ou coisa alguma

Tive Medo

Tive medo de esperar,
incongruente a tudo,
ao toque à noite,
insonias de silêncio.

Tive medo, à véspera,
ansiava o brado,
trompéis nas torres,
e o burburinho da gente.

As multidões em seus
percursos atonitos,
serpenteiam o que não
mais é para ser visto.

E o medo, o celular,
sobre a mesa está,
a esperar o primeiro,
grito da madrugada.

No estranho mundo,
apático de tudo,
rebenta-se aquele,
a que o medo tudo sente.

Tive medo quando não
podia negar, quando não,
acontecer era repertir,
o mesmo estribilho.

Tive medo do dia seguinte,
da mensagem, da voz,
das coisas claras,
do eco da memória.