Rimas, falsetes e falseados e palavras que se confundem, se afastam e se juntam numa estrofe ou estribilho de um par de coisas ou coisa alguma

O que caiu

O soldado saiu da linha de formação,
quando recebeu a ordem,
não cumpriu-a, e largou seu fuzil,
o desarmou, enquanto os projéteis,
pelo chão caiam.

Quando o quepe caiu ao chão,
ele já deu as costas para o pelotão,
ele não pertencia mais aquilo;
para a honra e o dever,
o melhor era consigo mesmo ser.

Quando a derradeira folha,
o galho deixou,
onde foi parar seu verde
decompondo-se em terra,
até o fim de seu dia?

Onde os protestos, as adulações,
os festejos, os cortejos,
a sentença das pessoas felizes,
quando o seu dia chegar,
quando sua formatura, sua festa,
sua colação, o enfeitado agradecer.

Por Deus, pela família, pelo cachorro,
pela nora, pelo genro, pelos colegas,
a terra há de comê-los,
de endurece-los os sentidos,
de que um dia viveram por outros.

Ao viver e morrer,
a vida é uma incógnita.
Quem saberá o sabor de amanhã?
Outros virão, mas os atos...
estes ficarão nas atas e ofícios.

Ninguém seguirá o soldado,
mas sua consciência é limpa.
Ele é preso e humilhado,
mas ele não se sente assim,
ele fez o que fez, que mais
[importa?

Respostas

Alguém tentou e não conseguiu,
alguém caiu e não se levantou,
alguém desceu e não subiu,
alguém perguntou a resposta
[e não ouviu.

Quantos nãos alguém tomou,
para que um sim,
se viesse a receber?

Pelo sim alguém tentou,
alguém caiu e não subiu,
alguém foi e não se achou,
alguém perguntou e não entendeu,
alguém morreu e não viveu,
para que um não,
não viesse a receber.

Então, alguém, pensou um talvez;
pelo talvez, alguém ponderou,
alguém calculou e memorizou,
alguém duvidou e protestou,
alguém observou e imaginou,
para que as respostas,

um sim ou não,
viesse a receber.