Preciso de ajuda.
Por que precisas de ajuda?
Todos precisam de ajuda.
Por que ajudar-te
significa mais
do que a ajuda ao outro?
O outro por acaso,
não precisa mais,
dessa ajuda,
do que você?
É porque não sei,
a resposta para obtê-la,
se digo que preciso,
você diz que não preciso.
E a ajuda é uma luta
para ser conseguida,
entre um ouvinte
e um desvalido;
o que preciso, afinal,
era que o pedido,
não fosse preciso.
Mas, eis que preciso é,
preciso de ajuda;
se não precisasse,
não estaria pedindo,
seria então,
impreciso pedir,
e a ajuda, acomodaria
o destinatário,
e o refrão da desigualdade
ecoaria arrabalde,
preso a um santo
da divina comoção.
Maldição, preciso de ajuda,
mas a ajuda não vem não.
Um pouco de fé precisaria,
e um unguentos para pústula,
mas a ajuda é só um caminho
a caminho ela tarda...,
e falha, enquanto a ode,
suplício é,
ajudai!
Ajudai quem não tem ajuda.
E a ajuda é um prato,
em que se luta
a faca e o garfo;
para que um,
vá a boca,
o outro precisa cortar,
entretanto é,
ambos precisam,
de mãos para trinchar.
A ajuda é um plural,
e uma tese de culinária.
Rimas, falsetes e falseados e palavras que se confundem, se afastam e se juntam numa estrofe ou estribilho de um par de coisas ou coisa alguma
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O pássaro azul
Qual a imagem que toma?,
um pássaro?,
asas azuis que espreitam,
no céu, a casa pela janela,
que olhos amarelos sentinelas
vigiam os passos?
Dos que entram, entre as sombras,
haverá a imagem nos seus olhos,
a certeza de um caso,
o atroz momento de voar,
voar e atacar?
Vê-lo, não vejo, e vejo.
Ele me vê?
Na casa de janelas fechadas,
o vidro quebrado,
uma porta trancada,
um silêncio altivo e mordaz.
Sua permanência sisuda,
repousa em um vago cortejo,
asas fechadas,
e um frenético silêncio.
Que pássaros de asas azuis,
avista a noite e o dia,
com olhos amarelos sentinela,
como numa torre esguia?
Ele sabe o que vê,
na espera de algo
um momento oportuno
de avançar ou recuar
numa precisa sintonia.
No sono, no cheiro das penas,
repousam na epiderme
a índole da ave
de uma floresta sombria.
Seu gorjeio é o silêncio,
a firme convicção do momento,
que azul avança
desfigurado por uma mancha
de um soneto consonante.
Que pássaro de asas azuis
avança no ocaso sereno?
E seus olhos amarelo sentinela
saberá o que amedrontar?
Firme, é a espera do que acontece,
dois olhos, dois poços vazios,
uma carne sobre o alçapão
o fumo ardente de uma convulsão.
A ver o rosto incólume,
o espreito bico invade
a certeza fome de carne,
o estupor embrulhado
de um braço ou mão estirado.
Que pássaro de asas azuis
devora o morto que o criou?
E seus olhos amarelo sentinela
verá a vida que lá então tivera?
um pássaro?,
asas azuis que espreitam,
no céu, a casa pela janela,
que olhos amarelos sentinelas
vigiam os passos?
Dos que entram, entre as sombras,
haverá a imagem nos seus olhos,
a certeza de um caso,
o atroz momento de voar,
voar e atacar?
Vê-lo, não vejo, e vejo.
Ele me vê?
Na casa de janelas fechadas,
o vidro quebrado,
uma porta trancada,
um silêncio altivo e mordaz.
Sua permanência sisuda,
repousa em um vago cortejo,
asas fechadas,
e um frenético silêncio.
Que pássaros de asas azuis,
avista a noite e o dia,
com olhos amarelos sentinela,
como numa torre esguia?
Ele sabe o que vê,
na espera de algo
um momento oportuno
de avançar ou recuar
numa precisa sintonia.
No sono, no cheiro das penas,
repousam na epiderme
a índole da ave
de uma floresta sombria.
Seu gorjeio é o silêncio,
a firme convicção do momento,
que azul avança
desfigurado por uma mancha
de um soneto consonante.
Que pássaro de asas azuis
avança no ocaso sereno?
E seus olhos amarelo sentinela
saberá o que amedrontar?
Firme, é a espera do que acontece,
dois olhos, dois poços vazios,
uma carne sobre o alçapão
o fumo ardente de uma convulsão.
A ver o rosto incólume,
o espreito bico invade
a certeza fome de carne,
o estupor embrulhado
de um braço ou mão estirado.
Que pássaro de asas azuis
devora o morto que o criou?
E seus olhos amarelo sentinela
verá a vida que lá então tivera?
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